Hehe... pensei no título dessa postagem no metrô, indo pra Terapia. Pra quem conhece os filmes de Quentim Tarantino ficou fácil entender a charada. Uma das marcas registradas desse grande diretor é a falta total de lógica na cronologia da edição de seus filmes. Mas, no final, tudo se encaixa.
Pretensiosamente, gostaria de postar alguns textos sem cronologia e, tomara Deus, que fique tudo minimamente entendivel.
"vamulá": Antes de entrar no capitulo de minhas primeiras doses, eu gostaria de dizer que já fiquei internado 4 meses (teremos detalhes), já estou fazendo pisicoterapia (tambem detalharei isso).
Há tempos atrás, existia uma doença terrível, chamada Varíola. Essa doença ainda existe, mas, hoje o tratamento é mais humano. Em um grandioso livro de Jorge Amado (Capitães de Areia), acontece uma epidemia de Variola e os doentes são recolhidos e trancafiados em "Lazaretos". Para os amigos Cristãos, sabemos que a Lepra também era uma doença na qual o cidadão era totalmente retirado de circulação e estigmatizado.
A drogadição, o vício é a doença de nossos tempos. o Usuário, mesmo aquele em tratamento e limpo é sempre visto como um ex. Os olhares sempre são voltados para ele de uma maneira desconfiada e quando não desrespeitosa. Vide o louco em São Paulo que matava usuários.
Enfim, partindo pro meu momento todo especial de recuperação, essa luta diária de dizer sim á vida, eu estava morando com meu pai (voltaremos á falar dele).
Resolví (após constatar a falta de árvores na minha rua) que iria plantar um pé de Flamboyant. Esse cidadão á quem eu infelizmente tenho a obrigação de chamar de pai, gritou, esperneou, me chamou de viado (adogo) e disse que eu ainda sou um maconheiro.
Na calma que o Diazepam (bendito sejas tú Leo Sternbach) me fornece disse que não, que era o verão, que árvores são legais...
Resumo da ópera, esse cidadão cujo nome é José Benedito e nunca fez poooorra nenhuma pelos filhos resolveu se livrar do problema dele (ou seja, eu) com um simples: fora daqui seu drogado. Eu relutei, ele me atacou com um pedaço de pau, tô com as pernas toda machucada. Saí de lá, tal e qual um cão sem dono.
Mas, deixe-mos minha auto vitimação de lado e vamos ao lado bom da história: e fosse há alguns meses atrás, minha primeira parada seria: botequim, 8 litrões de Itaipava (a grana tá curta) e depois...JACA-JACA-JACARÉ, beijar a latinha de guravita...
ISSO NEM PASSOU PELA MINHA CABEÇA.
Aprendi que o mundo não é um conto de fadas e que a deliciosa sensação que a droga nos dá, é paliativa. Ou Seja: acabou a droga, acabou a grana e... os problemas estão lá, te aguardando nas mãos do Diabo.
Tô dando meus pulinhos cá e acolá. e resolvo minha vida. SÓBRIO. COMO DEUS ME FEZ.
Até a próxima.
Vai dar certo vc escrever igual ao Tarantino.
ResponderExcluirContinua que to adorando.
Beijos