domingo, 27 de fevereiro de 2011

bebezim de 6 meses


"Com 6 meses [...] o controle da mão do bebezinho já se desenvolveu bastante para puxar um objeto na sua direção [...] ao entender o conceito de causa e efeito o mundo do seu filho ficará bem mais intrigante e o seu, bem mais bagunçado." (fonte: http://www.brasilbabycenter.com/)


hehehehe... o post é pequeno, mas, a alegria é enorme !!!!!!!!!!! que venham mais 6, 12, 18, 36, 6000 meses !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



VIVA A SOBRIEDADE!!!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

amodo tu ignominiosus est*

Outro salto no tempo... Falaremos de presente. O usuário permite-se (no auge de sua drogadição) a coisas inimagináveis. E, de uma hora para outra, vê-se num total descontrole de suas ações e emoções. Enfim... Rouba, Furta, engana, mente...
Com nosso "Herói" isso não foi diferente. Futuramente inclusive falaremos mais um pouco sobre isso, pois, o processo catártico de todo essa "epopéia"que relatamos aqui, se deu nessa hora em que ele se viu fazendo coisas e se perguntou: "Serei isso eu de agora em diante?"... Mas, isso é assunto para outro post.
Vamos falar de estigma.
Os atos, ficam marcados. Em sua consciência. Na consciência alheia (principalmente dos que foram prejudicados). E muitas vezes na de quem nada tem a ver com a história, mas, simplesmente pelo prazer de julgar o outro, comentar a mazela alheia de uma maneira negativista.
O adicto perde a noção. Isso é fato. Não quero defender, mas, faz parte desse processo todo em que ele mesmo se coloca. Nessa maldição que ele mesmo se lança.
Freud dizia que todos que conseguimos sentir culpa pelos nossos atos, somos neuróticos (ou seja, a maioria da população). Os que são incapazes disso, são os chamados Perversos. Conviver com a culpa, significa que o tal rapaz que aqui falamos, sente essa necessidade de perdoar-se e ser perdoado.
Vendo pelo outro lado, imagino que as pessoas prejudicadas sintam essa raiva. Isso é natural.
O adicto vive (não sei por quanto tempo) com esse estigma. Dentro da família, com os amigos (e aí é interessante que à partir desse processo, ele pode filtrar os VERDADEIROS amigos).
Enfim, tal e qual tatuagem marcada na face, ele carrega (não sei por quanto tempo) essa marca: - Aquele alí é um viciado.
Cabe á ele, primeiro: desculpar a mesmo. Segundo: Ter a coragem de pedir desculpas ou mesmo reparar os danos causados. e, Terceiro: Dentro de sua recuperação, ter a completa noção e o empenho de saber que mudou sua vida. "Eis que faço nova todas as coisas".
E seguir adiante, de cabeça erguida, rumo aos seus planos e sonhos.

* De hoje em diante, estigmatizado estás.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ervas Daninhas crescendo no jardim


O rapaz arranjou um bom emprego (afinal, se lhe permite a modestia) ele sempre fora um cara inteligente, bem articulado e informado. Ganhava cerca de 1,800 reais (só a comissão, fora o salário de 450,00). Morava sozinho, em São João de Meriti (pacata - eufemismo - cidade da baixada Fluminense). Eis que surge a oportunidade de dividir aluguel em Santa Teresa com uma galera bacana, descolada, tudo estudante de história (só ele secundarista).

Sim, foi um tempo de muita aprendizagem. A política, a história, sociologia, eram assuntos de café da manhã, almoço, jantar... mas, tambem de festinhas hiper-descoladas, onde as drogas rolavam soltas.

Para quem não conhece, Santa Teresa é um bairro boêmio, no centro do Rio de Janeiro. Belo bairro, por onde circulam artistas, intelectuais, malandros e putas (algumas belissimas). Esse bairro é rodeado de favelas. Só para se ter uma idéia, em frente ao mercado onde costumava-mos fazer compras, tinha uma mini boca de fumo (há 500 mts da delegacia do bairro).

Enfim, foi alí que começou um processo, ao mesmo tempo benéfico, ao mesmo tempo destruidor. Porque inegavelmente, nosso herói aprendeu boa parte de sua bagagem cultural alí, com as pessoas que viviam com ele e com os amigos que ele fez no bairro. Mas, a droga alí também era cultural, misturada á facilidade, a grana que o rapaz recebia do trabalho...

Era um jardim florescendo. Mas, as ervas daninhas lá estavam e ele não percebeu isso

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Metendo o naríz onde não é chamado


18 para 19 anos. O garoto virava um homem, o alcool, os rocks, os béquis... Um dia, em uma república de estudantes de História... Uma galera maneira, não querendo culpabilizar ninguém, afinal, ninguem enfiou cocaína no meu naríz abaixo... só lembro do comentário engraçado de uma amiga (que hoje é uma brilhante historiadora) que disse: - Zé Henrique... se eu fosse você, eu não ia, mas, é muuuuuuuito bom.




Fui. O PODER... A MENTE EM PROFUSÃO, O PENSAMENTO, A VONTADE DE FALAR, O MOMENTO DE EXPANSÃO ONDE TUDO PARECE SER MARAVILHOSO E SEU CORPO INVULNERÁVEL.




Começava uma relação louca em um momento de muita solidão...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um pouco de poesia pra desanuviar...


Sonhei um sonho


Sonhei um sonho

e lembrei-me do sonho

e esqueci-me do sonho

e sonhei que procurava

em sonho aquele sonho

e pergunto se a vida

não é um sonho que procurava um sonho.

(Cecília meireles)



domingo, 6 de fevereiro de 2011

15 anos... debutando na erva

O garotinho de 13 anos cresceu... Um porre por fim de semana (que começava na Quarta). Arranjou um trabalho em uma Video Locadora, continuava devorando livros e gibis (quando não estava de porre claro)...
Carnaval de 1992. Convite da galera pra Macaé... Uhúú vambora... no caminho alguém convida pra um baseado... Garoto curioso, geminiano como já dissemos. Um trago e nada... dois tragos e nada... - Não é assim, ensina um, tem que prender... mais um trago, uma prendida, um trago uma prendida, um trago, uma prendida.... háháháh´´aháháháháháháháháháháhá... que estrada engraçada, que volante engraçado, que sensação... que coisa boa!!!!!
1992 ficou marcado como o ano mais "feliz" e engraçado para esse moleque.
Essa foi a porta de entrada para algo terrivel que ainda viria... alguns anos depois, quando esse garoto se transforma-se em um homem.

"[...] E foi o principio do fim. (Herbert Vianna)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Tudo vale á pena, quando a alma não é pequena"

Tarantinamente, voltemos aos dias de hoje e esqueça-mos as "peripecias" daquele moleque de 13 anos.
Tem dias que nada faz sentido. O mundo, o portugues da padaria, a margarina, o café, o carteiro, os cães, as arvores, EU não faço sentido algum.
Tem dias, como o de hoje, que a vontade é de se enfiar num buraco tal e qual de Alice, mas, sem seres mágicos... Só você e você.
Tem dias que percebemos no que se transformou o mundo. No que se transformaram as pessoas. Gente que luta, rala, batalha, para TER. A tv de plasma, o som...
Parodiando meu mestre Álvaro de Campos: "ARRE, ESTOU FARTO DE SEMI-DEUSES".

Dá uma vontade enorme de chutar o balde, mandar todos pra casa do caralho e tomar todas. Mas, eu sei o que tenho á perder. O pouco (quase nada) que conquistei, O MEU SER... POIS EU NÃO QUERO TER.
Hoje é dia da minha terapia SCS (SONO, CHORO E SONO)...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PRIMEIRAS DOSES

Experimente-mos deixar um moleque de treze anos sozinho no mundo... diga-mos que esse moleque é geminiano, logo, curioso (pro bem e pro mal). suponha-mos ainda que esse moleque comece a andar com uma galera diferente (diferente pra Baixada Fluminense é qualquer coisa que não seja arrumadinho)... Essa galera diferente, que curte rock´n rool e, se entope de alcool para poder ouvir Joplin, Hendrix (Vá lá, Guns N´ Roses e Skid Rol também) numa vibe maneira.
O primeiro gole é maravilhoso. no segundo, o moleque já se sente o dono do mundo, no terceiro os problemas, depressões, perda da avó, a porra toda já não existe mais e o mundo é um lugar maneiro prá caralho, todos são lindos, todos são amigos e você tem O PODER.
Assim, começa essa saga.

P.s.: Hoje eu tô numa deprê fudida... num tem fluxetim certo.


beijos

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Tarantino + Jorge Amado + Flamboyant = ????

Hehe... pensei no título dessa postagem no metrô, indo pra Terapia. Pra quem conhece os filmes de Quentim Tarantino ficou fácil entender a charada. Uma das marcas registradas desse grande diretor é a falta total de lógica na cronologia da edição de seus filmes. Mas, no final, tudo se encaixa.
Pretensiosamente, gostaria de postar alguns textos sem cronologia e, tomara Deus, que fique tudo minimamente entendivel.
"vamulá": Antes de entrar no capitulo de minhas primeiras doses, eu gostaria de dizer que já fiquei internado 4 meses (teremos detalhes), já estou fazendo pisicoterapia (tambem detalharei isso).
Há tempos atrás, existia uma doença terrível, chamada Varíola. Essa doença ainda existe, mas, hoje o tratamento é mais humano. Em um grandioso livro de Jorge Amado (Capitães de Areia), acontece uma epidemia de Variola e os doentes são recolhidos e trancafiados em "Lazaretos". Para os amigos Cristãos, sabemos que a Lepra também era uma doença na qual o cidadão era totalmente retirado de circulação e estigmatizado.
A drogadição, o vício é a doença de nossos tempos. o Usuário, mesmo aquele em tratamento e limpo é sempre visto como um ex. Os olhares sempre são voltados para ele de uma maneira desconfiada e quando não desrespeitosa. Vide o louco em São Paulo que matava usuários.
Enfim, partindo pro meu momento todo especial de recuperação, essa luta diária de dizer sim á vida, eu estava morando com meu pai (voltaremos á falar dele).
Resolví (após constatar a falta de árvores na minha rua) que iria plantar um pé de Flamboyant. Esse cidadão á quem eu infelizmente tenho a obrigação de chamar de pai, gritou, esperneou, me chamou de viado (adogo) e disse que eu ainda sou um maconheiro.
Na calma que o Diazepam (bendito sejas tú Leo Sternbach) me fornece disse que não, que era o verão, que árvores são legais...
Resumo da ópera, esse cidadão cujo nome é José Benedito e nunca fez poooorra nenhuma pelos filhos resolveu se livrar do problema dele (ou seja, eu) com um simples: fora daqui seu drogado. Eu relutei, ele me atacou com um pedaço de pau, tô com as pernas toda machucada. Saí de lá, tal e qual um cão sem dono.

Mas, deixe-mos minha auto vitimação de lado e vamos ao lado bom da história: e fosse há alguns meses atrás, minha primeira parada seria: botequim, 8 litrões de Itaipava (a grana tá curta) e depois...JACA-JACA-JACARÉ, beijar a latinha de guravita...

ISSO NEM PASSOU PELA MINHA CABEÇA.
Aprendi que o mundo não é um conto de fadas e que a deliciosa sensação que a droga nos dá, é paliativa. Ou Seja: acabou a droga, acabou a grana e... os problemas estão lá, te aguardando nas mãos do Diabo.
Tô dando meus pulinhos cá e acolá. e resolvo minha vida. SÓBRIO. COMO DEUS ME FEZ.

Até a próxima.